quarta-feira, 8 de julho de 2015

Quanto tempo!!

E ai meninas!! Encontrei esse blog perdido na "nube" da net quando, em um momento de tedio, bucava meu nome no google para ver o que aparecia hahaha...
Comecei a ler esses posts, na verdade nunca tinha lido o que voces escreveram em suas viagens..e desculpe-me, mas ainda nao li..é que na verdade isso me fez pensar em que a aquicultura nos deu ate agora, no que me deu até agora...

Escrevi que vim para cá dia 20 de junho de 2011...Hoje é 08 de julho de 2015. Meu Deus! 4 anos se passaram e vejo a pessoa que era quando cheguei e que sou agora..um tunel para a vida adulta.
Fiquei 1 ano e meio na fazenda de camarao, e coisa do destino ou nao, vim parar onde sempre quis trabalhar -com piscicultura marinha. Sempre quis mar, nao no laboratorio, mas depois de 2 e meio aprendi a gostar, da rotina, da perseveranca, do trabalho..
No periodo que estive na fazenda a aquicultura me deu forcas. Forcas para deixar o lado de menina e aprender a lidar com funcionarios no minimo, excentricos, ex guerrilheiros nicaraguenses que se tornaram meus amigos, aguentar um chefe colombiano que conseguia fazer o ex guerrilheiro chorar de raiva, abdicar um pouco meus 22 anos para trabalhar, mais que tudo trabalhar, trabalhar na solidao, em meio a viveiros cheios de silencio, trabalhar para aprender, para conquistar, trabalhar pelo meu orgulho de dizer. consegui, nao desisti. Porque sim, foi dificil e sim quase desisti.
Nesse meio tempo a aquicultura me deu uma amiga, amiga de um amigo da turma de aquicultura, que acabou se tornando ate hoje uma segunda irma mais velha, me ajudando a me distrair, me dando sabios conselhos, e muito conforto. A amiga me deu um namorado, uma das melhores pessoas que conheci, que me ajudou a crescer, me deu muita companhia nessa epoca tao dificil e me empurrou para a coisa que hoje mais amo na vida: surfe. Enquanto o lado pessoal estava bem, o profissional era um pesadelo (a teoria de que nunca nos sentimos completas)- como era dificil acordar para ir trabalhar..como era dificil me impor cada vez mais para conseguir o que queria. Descobri o que era a expressao "matar um crocodilo a paulada por dia", literalmente...aqui nao é leao..é crocodilo. Nao estava feliz..e numa noite depois de uma cosecha dificil, molhada, me lembro de chegar em casa e me decidir: "se nao conseguir algum outro trabalho (pensando em aquicultura) aqui na Costa Rica, ate o final do ano vou voltar para o Brasil".
E acho que sou uma pessoa de sorte. Como minha vó diz, tenho a "bunda virada para a lua", porque juro e juro mesmo que no dia seguinte conheci novos contatos, que me trouxeram para onde trabalho agora. Terminei meu ciclo na fazenda, e para minha surpresa o que mais valeu a pena foi a amizade com essas pessoas tao diferentes. Acho que no final o ex guerrilheiro era um chorao mesmo..Nao me arrependo de nada enquanto estive ali.



Festa de despedida com funcionarios do meu 1o trabalho.

7 de janeiro do ano seguinte comecei outro trabalho com aquicultura na Costa Rica. Um projeto super prometedor de piscicultura marinha.
Mas nada que é facil é tao divertido, nao é ?(preciso mudar essa crenca haha). O trabalho era super bom, num paraiso. Paraiso perdido. perdido. perdido mesmo..deserto. Um dos lugares mais desabitados da Costa Rica. Longe de tudo e de todos. A cidadeinha mais proxima ficava a 40 km passando o rio, quando se pode. Aprendi que 1 horinha eh perto e rapido ahhaha. se quiser comprar pao de domindo (que seja tortilla), nao da, é domingo, nao abre o supermercado. Se quiser ir para farmacia - 1 horinha..se tiver que ir para o hospital - 1 horinha...
Ja sem namorado, me empenhei novamente para subir, para aprender, para aguentar a pressao. Com surfe tudo fica mais facil. O que mata aqui, ate hoje, eh outro tipo de solidao...uma solidao de companheiro!! Mas procurei, e fiz boas amizades, ganhei uma nova familia brasileira, que acabou indo embora antes que eu. Mas outra vez, infeliz, me sentindo injusticada e desmotivada, ja comecava a procurar outra coisa em outro lugar e estava criando a coragem de !desistir! A vida outra vez me surpreende e as coisas mudam...agora sim estou sozinha, vou ganhar mais, ter mais responsabilidade. Estou por mim mesma. Quando acontece isso nao tem muito o que fazer- so aceitar. A aquicultura estava me dando mais uma chance.
Hoje ainda estou aqui, tentando equilibrar mais as coisas..Descobri onde tem diversao, estou aprendendo a lidar com os problemas do trabalho ainda, com novos chefes, novos desafios. Todos os dias aprendo algo dessa gente, malandra e humilde, batalhadora e preguicosa. Todos os dias a natureza fala comigo, e em muitos consigo ouvi-la, consigo ve-la me mostrando que por enquanto sigo no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas. Mesmo com tristeza por saudades da familia, dos amigos, com um sentimento que tenho as vezes de que estaria mais feliz em outro lugar e que talve esteja desperdicando meu tempo (??), e mesmo com o coracao quebrado por amores errados, quando vou a praia do lab, caminho 20 m, vejo que estou sozinha, sento na areia, e vejo o mar, vejo as ondas, as pedras, os caranguejos, o vento que sopra em meu rosto, as gaivotas no ceu, meu cachorro amor da minha vida pulando, e sinto conforto..sinto que nao estou sozinha coisa nenhuma. e que por agora estou bem aqui.
é, a aquicultura me deu muitas coisas, so tenho que agradecer. cheguei com 100 dolares no dia 20 de junho de 2011. Hoje tenho um carro que comprei sozinha, um cachorro que me faz muita companhia, uma prancha de surfe e muito carinho no coracao...Eu sempre digo que estou só, mas quando comeco a pensar nas pessoas que convivo no dia a dia, e me imagino me despedindo (porque isso sim vai acontecer), ja fica dificil. Quando vou daqui, nao sei.. mas tenho a certeza de que as coisas andarao por si so e me levarao no colo...e seguirei assim...por ai na aquicultura...


Melhor coisa da vida

Django, meu companheiro!


Parte do time do lab!


domingo, 9 de outubro de 2011

Cuenca

 

Soubemos que Cuenca Cuela era super chevere, aí resolvemos dar um rolezinho por lá. Desta vez fomos de carona, nao podendo fornecer informações seguras sobre preço de passagem. Sábado saímos em direção a cordilheira dos Andes com playlist propícia à viagem.

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Há outras maneiras de chegar em Cuenca, optamos pela que passava pelo Parque Nacional de Cajas que é o lugar mais good vibe a 4mil metros do nível do mar. Na primeira parada eu saí total criança feliz, correndo pelo mirante, não foi legal! Tontura e dor de cabeça são algumas sintomas sentidos por fazer esta peraltice.

Durante todo o percurso do parque deixe a máquina ligada no modo “em movimento”, como não se pode parar na estrada, você poderá deixar de clicar umas fotos imperdíveis! Há uma parada bem legal no lago, existe uma taxa de US$2,00 que se paga dentro da cabana e eles te dão um mapa para quem quiser fazer trilha ou acampar (não sei se paga para acampar).

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Logo saindo do parque tem um santuário onde Nossa Senhora apareceu para algumas crianças um tempos atrás, como creio Nela, pedi para dar uma esticadinha ali e foi muito bom. Aproveitei para comprar um gorro e um cachecol, congelante!

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Nesta região se encontra muita truta e existem truticulturas, infelizmente, caro leitor, não conseguimos ir a nenhum cultivo aquícola, mas comemos truta ao molho de camarão tava DIVINO.

Chegamos em Cuenca Cuela à  noite, ficamos hospedados em um hotel em uma esquina paralela ao mercado municipal, pagamos US$10,00 (cada) com café da manhã, água quente, TV a cabo.

O Hamílton estava doente e nós cansadas, sem pique para baladinhas. Entonces, demos uma voltinha pelo centro e paramos para uma cervejinha. O frio era tanto que eles ligavam aquecedores a gás para os clientes que estavam na rua. Na rua ao lado do rio tem vários barzinhos legais para dar um pit stop.

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A cidade é conhecida pela sua arquitetura, eu diria a mais bonita do Ecuador até agora. Amei muito!

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Domingo foi dia de ir em mercados de artesanato, fomos em dois! Coisas lindas e baratas… claro, porque sempre tem o espírito turco soprando no ouvido “pergunta se não faz por tanto”. Se eles sabem que você é estrangeiro eles vão te cobrar mais caro, assim a arte de pechinchar fica a mercê de cada um Smiley de boca aberta Tem também o museo histórico com parque arqueológico Inca, mas era domingo e tava fechado!

Beijos,

Mari Pallaoro